Entrevistadora: Tyler já faz um bom tempo que conversamos em Ohio ao vivo ... acho que foi provavelmente, possivelmente 5 ou 6 anos atrás.
Tyler: Foi realmente há um bom tempo. É um daqueles momentos perfeitos onde parece “espera, isso foi esses dias”, mas aí você percebe “ah, parece que foram 50 anos atrás” também
Entrevistadora: Me conta sobre essa nova energia que você tem para fazer música. Porque você levou um tempo, o que acho que é sempre bom. Não tem sentido você, sabe, lançar música atrás de música. Parece diferente dessa vez?
Tyler: Existe uma diferença, obviamente, que é, você sabe, envelhecer. Tenho uma família agora para equilibrar. Quando era só eu e, você sabe, nenhuma responsabilidade e tudo que eu queria fazer era música, meu pai disse “um dia você vai crescer” e eu acho que ele estava falando sobre ter hora para dormir e quando eu ficava acordado a noite toda. Acho que finalmente chegou a hora para mim agora. Eu vou dormir e aí eu acordo de manhã agora. E, eu ainda tenho espaço para criatividade dentro dessa janela de tempo E de fato, de certa forma, é mais efetivo. É mais eficiente.
Entrevistadora: Porque compensação excessiva (Overcompensate) para começar essa nova jornada com os fãs?
Tyler: Há uma letra no refrão que fala sobre um símbolo de curva perigosa, é como um sinal em zigue-zague, que basicamente diz "ei, devagar, há uma curva fechada” E eu só me lembro de ter pensado ‘é meio cafona’, mas é uma espécie de analogia em certas épocas da minha vida em que eu simplesmente ignoraria completamente esses tipos de sinais, e apenas, iria em frente a todo vapor, meio que aprendi da maneira mais difícil.
Então, um pouco dessa compensação excessiva é, você sabe, corrigir excessivamente sua direção ao tentar voltar ao curso. E é interessante que no Reino Unido, o seu sinal de curva perigosa é um pouco diferente do daqui dos Estados Unidos, mas apenas para saberem, eu estava pensando no do Reino Unido quando escrevi, não o daqui.
E foi só depois, quando eu estava dirigindo na minha cidade natal e percebi, “É muito diferente!” Aquela é grande e amarela e a outra é como um triângulo. É muito mais legal visualmente. Então acho que vocês têm placas muito mais legais aí.
Entrevistadora: Tyler, eu vou te confessar uma coisa, meu querido. Eu não sei dirigir, então tudo que você disse… Até minha produção está pensando “Clara!”… Olha, onde cresci, eu só andava de bicicleta ou caminhava. Tipo, me processem, só estou cuidando do planeta, que tal?
Tyler: Além de algumas analogias que você pode fazer na sua vida, é basicamente isso.
Entrevistadora: Sabe, eu lembro que durante a nossa conversa, nós estávamos em Ohio, você estava falando sobre músicas e a teoria de que, é fascinante que existem apenas um certo número de notas musicais e, sabe, é interessante como, apenas escolhendo uma quantia finita pode criar uma música e tem a teoria de que, talvez, você só tenha acesso a um número limitado de notas na sua vida. Eu sempre me lembro dessa conversa. Você teve essa abordagem com este próximo álbum também? Você está encontrando uma nova fonte de notas ou…?
Tyler: Eu descrevo como se estivesse extraindo de duas piscinas de infinidade. A primeira é a “nada para algo”, onde em algum ponto não havia música, e agora tem uma, e você sabe, a criatividade é atiçada. Você cria algo do nada.
E tem a outra piscina de infinidade, que é como enfeitá-la, como gravar, qual a estrutura, quais instrumentos devemos usar, e comunicar a música. Essa é a parte que demora. Sabe, eu estive trabalhando neste álbum por um ano, e havia momentos em que eu me perguntava “isso era pra ser difícil assim? era pra demorar todo este tempo?”
E eu tenho que me lembrar de que a parte que de fato demora é a de como enfeitar.
Entrevistadora: Pode apostar. E olha, eu sei que levou um ano, um ano que valeu a pena, porque o álbum novo está chegando em maio. Se chama ‘Clancy’. Eu quero perguntar o que os fãs podem esperar, porque obviamente eles vão esperar por um álbum do Twenty One Pilots, mas isso pode soar como qualquer coisa.
Tyler: Clancy é o protagonista da história que estamos contando e viemos estendendo ao longo dos últimos álbuns, na realidade. Clancy é o tipo de personagem que, por muito tempo, não sabia se ele era um líder ou não. Não queria assumir a responsabilidade por isso. E eu acho que essa música especificamente, Overcompensate, sendo a primeira música do álbum, será a primeira música que tocaremos ao vivo quando começarmos a turnê.
Há um pouco de confiança nisso, um pouco de arrogância, que o personagem realmente precisava incorporar para assumir o novo papel da história que estamos contando, e Clancy vai meio que se erguer como aquela pessoa.
Entrevistadora: Muito obrigada Tyler, por seu tempo. E vamos tocar novamente. Esta é a música da noite, vindo do álbum ‘Clancy’ do Twenty One Pilots, essa é Overcompensate…
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